Promotor causa polêmica durante sessão no tribunal do júri ao chamar advogada de feia
Durante uma sessão realizada na última sexta-feira (22), no tribunal do júri da Comarca de Alto do Paraíso de Goiás, um promotor de justiça, Douglas Chegury, causou polêmica ao chamar a advogada Marília Gabriela Gil Brambilla de feia e afirmar que não a beijaria. Essa declaração foi feita em resposta à atitude da advogada de interromper o promotor diversas vezes e agir com ironia durante sua fala, incluindo o gesto de enviar um beijo para ele, que ele prontamente rejeitou, alegando que ela estava tentando anular o júri.
“Na parte final do julgamento, ela sentou próximo de onde eu estava falando e me ofendeu mais uma vez. Provocou de forma sarcástica e fez o gesto com a boca, como quem está mandando um beijo. Aquilo me deixou revoltado. Eu tenho um casamento de 25 anos. Tenho uma esposa, eu tenho filhos. Eu falei para ela: ‘Olha, eu aceitaria um beijo de qualquer pessoa aqui, menos da senhora, até porque a senhora é feia’”, ressaltou o promotor.
Durante o áudio, fica evidente que houve um aumento na tensão após o comentário do promotor, levando a advogada a solicitar a anulação imediata do júri e até mesmo a prisão do promotor. Em sua defesa, Chegury alegou ter sido ofendido durante a sessão e justificou suas palavras como uma resposta técnica, afirmando que não estava mentindo ao questionar a beleza estética da advogada. A discussão envolveu também a questão dos argumentos técnicos e a reação emocional das partes envolvidas.
O Ministério Público de Goiás declarou que os acontecimentos serão investigados pelos órgãos disciplinares pertinentes. Após a discussão, uma das juradas se manifestou, resultando na anulação da sessão. Em comunicado, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) condenou as declarações do promotor, caracterizando-as como misóginas. A OAB-GO denunciou que a conduta do promotor violou os princípios éticos da profissão e afirmou que tomará medidas para garantir uma investigação abrangente tanto criminal quanto administrativa sobre o incidente, promovendo um ambiente jurídico baseado em respeito e igualdade.