Pms são expulsos da corporação por cobrar propina de traficantes par fazer “vista grossa”
Dois cabos da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), identificados como Luiz Henrique Fachetti e Daniel Alexandre Morais Rocha, foram expulsos da corporação por serem condenados na operação Tio Genésio do Gaeco do Ministério Público de São Paulo. Eles foram acusados de cobrar propina de traficantes para fechar os olhos à venda de drogas na região da “Toca da Raposa” em Campinas, sendo parte de um grupo de 32 militares investigados desde 2018.
A investigação do Ministério Público de São Paulo foi composta por depoimentos de testemunhas protegidas, que detalharam um esquema de suborno que perdurou por cinco anos. Uma das testemunhas conseguiu identificar os policiais por meio de fotos e descreveu em profundidade o funcionamento do esquema ilícito. Posteriormente, outra testemunha, ligada à organização criminosa de tráfico de drogas, corroborou as informações prestadas. Essas revelações levaram o MPSP e a Corregedoria da Polícia Militar a obter autorização judicial para realizar escutas telefônicas, que revelaram o envolvimento dos policiais no tráfico de drogas na cidade.
Além disso, a operação resultou na emissão de 40 mandados de prisão e 51 de busca e apreensão pela Justiça Militar e pela 3ª Vara Criminal de Campinas. Os militares envolvidos foram acusados de crimes graves como tráfico de drogas, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, os PMs recebiam pagamentos mensais ou quinzenais que variavam de R$ 500 a R$ 5 mil, totalizando movimentações financeiras mensais de aproximadamente R$ 150 mil. Luiz Henrique Fachetti e Daniel Alexandre Morais Rocha foram condenados pela Justiça Militar a medidas cautelares e cumprimento de pena em regime aberto.
A decisão de expulsar Fachetti e Rocha da PMSP foi assinada pelo comandante da corporação, coronel Cássio de Freitas, após a conclusão de um processo administrativo disciplinar que identificou diversas transgressões, incluindo omissão no dever, comportamento desonroso, desrespeito às instituições do Estado e aceitação de benefícios ilegais, conforme estipulado no Regulamento Disciplinar da Polícia Militar de São Paulo.
