Ministra Anielle Franco afirma que os episódios de assédio e importunação sexual que sofreu do ex-ministro dos Direitos Humano durou por quase dois anos
Na última quarta-feira (02), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, concedeu sua primeira entrevista abordando as situações de assédio e importunação sexual que sofreu do ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Durante a entrevista, Anielle revelou que a situação iniciou durante a fase de transição do governo, quando começou a perceber insinuações sutis e durou por quase dois anos. Ela relatou que sofreu com comentários sexistas, convites inconvenientes, além de gestos e toques indesejados, todos sem consentimento. Inicialmente, a ministra optou pelo silêncio, movida pelo medo e pela vergonha. “Ficamos com medo do descrédito, dos julgamentos, como se o que aconteceu fosse culpa nossa”, disse.
Anielle enfatizou que foi vítima de importunação sexual. “É essencial esclarecer que o que ocorreu comigo foi um crime de importunação sexual […] Estamos lidando com uma série de atitudes inadequadas e violentas, sem consentimento, algo que mulheres em todo o mundo enfrentam diariamente”, afirmou.
Ela ainda confessou que falar sobre o ocorrido continua sendo uma experiência dolorosa. “Relatar uma violência nunca é algo fácil”, comentou. No entanto, ela destacou a importância de se posicionar contra essas situações para impedir que outras mulheres passem pelo mesmo. “Precisamos combater a normalização desse tipo de comportamento, independentemente de quem o cometa”, concluiu.
