Ex-diretores das Lojas Americanas são incluídos na lista da Interpol
Nesta quinta-feira (27), ex-executivos das Lojas Americanas foram alvo da Operação Disclosure, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nas investigações das fraudes contábeis que somam R$ 25 bilhões dentro da empresa. Ao todo, catorze pessoas estão sendo investigadas, e a 10ª Vara Federal Criminal determinou o bloqueio de R$ 500 milhões em bens dos envolvidos.
Dois dos investigados estão no exterior, e seus nomes foram incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo. Segundo comunicado das Lojas Americanas, a empresa reafirma sua confiança nas autoridades que conduzem as investigações: “A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e enfatiza que foi vítima de uma fraude contábil perpetrada por sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas confia na Justiça e aguarda o desfecho das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”
De acordo com a Polícia Federal, a fraude maquiou os resultados financeiros do conglomerado para simular um aumento fictício de caixa e, consequentemente, inflar artificialmente o valor das ações das Americanas no mercado. Segundo a PF, os executivos envolvidos recebiam bônus substanciais por suposto bom desempenho e lucravam com a venda das ações supervalorizadas.
A operação é resultado de uma investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado “inúmeras inconsistências contábeis” e um rombo inicialmente estimado em R$ 20 bilhões. Posteriormente, foi revelado que a dívida totalizava R$ 43 bilhões. Segundo a PF, os crimes identificados incluem manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os envolvidos, se condenados, podem enfrentar até 26 anos de prisão.