Criança de 8 anos foi encontrada “enjaulada” em casa de acolhimento
Desde o final do ano passado que uma notícia vinda da cidade ribeirinha de Propriá tem incomodado pesadamente. É que, naquela oportunidade, a Justiça havia pedido o afastamento da secretária de Ação Social e Direitos (?) Humanos, Karine Lima, além de duas servidoras que atuam na Casa Lar do município por conta de denúncias de maus tratos a crianças dessa unidade de atendimento criada justamente para acolher vítimas de violência doméstica e de abandono.
Porém, e exercendo o direito que lhes é garantido, essa trinca de servidores públicos recorreu ao Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE), que concedeu o retorno às atividades no local.
Bem, mas o que faz a prefeitura de Propriá, a cargo do prefeito Dr. Valberto (MDB)? Ao invés de, no mínimo, trocar as servidoras da Casa Lar, as mantém no local – como a gente diz no popular: “dê dinheiro, mas não dê ousadia”.
Daí olha o que o perfil Tribuna do Velho Chico publicou: “nesta quarta-feira, 8, um fato estarrecedor marcou o município de Propriá. Uma criança de 8 anos foi resgatada da Casa Lar, vítima de tortura. O fato ocorreu após denúncia anônima ao Juiz da Comarca de Propriá que foi checar pessoalmente, juntamente com um Oficial de Justiça e um policial militar. Ao chegarem no local flagraram um menino de 8 anos enjaulado no sol quente. Os servidores do Município que tinham a função de cuidar das crianças alegaram que o menino estava preso porque ‘arrumava confusão com os demais’ (leia a íntegra AQUI)”.
O fato é que essa Casa Lar tem sido alvo de constantes denúncias por parte dos seus vizinhos na tradicional Rua do Brejo do município ribeirinho. E após acatar essas mesmas denúncias e pedir o afastamento de servidores e ver eles sendo devolvidos às suas funções, o juiz fez o que faria qualquer pessoa com um mínimo de compaixão: foi verificar pessoalmente as denúncias.
E se deparar com uma criança enjaulada debaixo do sol foi o resultado da decisão não apenas do magistrado, mas do ser humano, que precisava ver a situação in loco.
O resultado, do ponto de vista legal, é que o próprio juiz não poderá julgar a si mesmo, cabendo ao juiz substituto a análise do caso em questão.
Mas do ponto de vista humano, o resultado é o lançamento de luz sobre uma situação extremamente degradante, em que crianças que já são acolhidas por sofrerem violência doméstica em famílias desestruturadas, especialmente pelo uso e abuso de drogas por parte de pais e/ou responsáveis, seguem dentro de um ciclo vicioso de mais e mais violência! Um desespero absurdo e contínuo!
Desta vez, como já deveria ter ocorrido lá atrás, o prefeito Dr. Valberto, ainda que não demita sua esposa, Karine, justamente a secretária de Ação Social e Direitos (?) Humanos, no mínimo deverá trocar a equipe a Casa Lar. Porque, do jeito que vai, nem Casa e nem Lar as crianças lá acolhidas têm encontrado.
E AnderSonsBlog assume aqui um compromisso: vamos ficar de olho nessa situação degradante e vamos voltar a esse assunto me breve. Sigamos!