Cafetina Baiana tem cortejo com música de Rita Lee e foi velada na Câmara de Vereadores
Durante a última terça-feira, os moradores do Recôncavo Baiano acompanharam o cortejo do velório de Renildes Alcântara dos Santos, mais conhecida como Dona Cabeluda. Ela, que era uma das cafetinas mais famosas da Bahia, Teve o seu corpo velado na Câmara dos Vereadores e levado – por amigos e familiares – ao Cemitério Municipal.
Renildes Alcântara dos Santos morreu aos 80 anos.
Dona Cabeluda sofreu um infarto enquanto estava no Hospital Regional do Município. Teve o seu caixão acompanhado por uma motocicleta equipada com um som que tocava repetidamente a música “Pagu”, de Rita Lee. Tal canção fala sobre Patrícia Galvão, conhecida como Pagu, que foi militante política, escritora e musa do movimento modernista, e celebra também a força das mulheres.
Renildes era dona do brega mais antigo de Cachoeira e sua vida foi contada no livro “Uma História de ‘Cabeluda’: Mulher, Mãe e Cafetina”, da historiadora Gleysa Teixeira Siqueira. Ela nasceu em Itabuna, no sul da Bahia, e saiu de casa aos 12 anos, fugindo dos espancamentos da família. Depois, teve um casamento com um homem de 30 anos, sofreu violência doméstica e se separou quando nasceu a primeira filha.
Segundo ainda publicação, ela começou a trabalhar com vendas de bebidas na praia, no entanto, entrou na prostituição. Dona Cabeluda passou por vários estabelecimentos em Aracaju, Feira de Santana e Candeias até se fixar em Cachoeira, cidade a 120 quilômetros da capital Salvador. Renildes era conhecida por ser uma cafetina rigorosa, sem permitir bagunça, som alto, drogas ou menores de idade.