Brasileira trans é enviada pelos Estados Unidos para prisão masculina
Uma mulher trans brasileira foi enviada pelos Estados Unidos para o presídio masculino de Guantánamo, na ilha de mesmo nome, localizado em Cuba. A prisão ocorreu após ela tentar asilo estadunidense em 15 de fevereiro deste ano.
Em depoimento à Justiça do país, Tarlis Marcone de Barros Gonçalves contou que decidiu pedir abrigo aos Estados Unidos após sofrer diversas ameaças no Brasil.
“Em 15 de fevereiro de 2025, eu entrei nos Estados Unidos vindo do México, próximo a El Paso, Texas, onde fui apreendida por autoridades norte-americanas […]. Um agente de imigração perguntou se eu queria assinar uma ordem de deportação, mas eu recusei, porque temo pela minha vida no Brasil”, confessou Tarlis.
Ao ser presa, ela relatou que foi levada para uma prisão no Novo México, e colocada em uma ala masculina, entre os dias 17 e 26 de fevereiro. Após essa data, Tarlis afirmou que foi algemada, colocada em um ônibus e, posteriormente, em um voo, o qual a levou para Guantánamo.
“Quando o avião pousou no dia seguinte, eles me disseram que nós estávamos em Guantánamo, Cuba. Eu não tinha nenhuma ideia do que estava acontecendo”, declarou.
Mesmo tendo conversado diversas vezes com os responsáveis em ambas as prisões, sobres os casos de assédio que vinha sofrendo por parte de outros presos, Gonçalves revelou que nenhuma providência foi tomada.
“Toda vez que eu ia ao banheiro ou tomava banho, ficava à vista de todos – não havia nenhuma porta que me desse privacidade […]. Como mulher, era uma experiência desumanizante. Além disso, só me davam uma peça de roupa para usar o tempo todo”, lamentou.
Imagem: reprodução.