A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes foi flagrada com um neonatologista para mais de 50 bebês recém-nascidos.
A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes foi alvo do Conselho Regional de Medicina de Sergipe (Cremese), novamente. Dessa vez por denúncias recebidas referentes ao fato de que no último domingo (24), véspera de Natal, havia apenas um neonatologista para atender 55 recém-nascidos.
Segundo o Cremese, havia 28 bebês na unidade de terapia intensiva neonatal (Utin) e 27 em unidades de cuidados intermediários neonatais (Ucin). Um profissional neonatologista deve atender, por regra, até 10 pacientes críticos.
“Não tem como um profissional sozinho prescrever, evoluir, cuidar das intercorrências, admitir pacientes que tenham necessidade de entrar em UTI. Sergipe tem a primeira maior mortalidade infantil do Nordeste, terceira maior do Brasil. Essa assistência inadequada pode ser uma das causas”, disse a vice-presidente do Cremese, Ana Jovina Barreto.
Em outro momento, especificamente em setembro, o Conselho interditou a maternidade após desfalques nas escalas médicas, sobrecarregando as equipes. Logo após, dois dias depois, a Justiça suspendeu a medida. Contudo, a Secretaria do Estado da Saúde (SES) alega que há a tentativa de credenciamento de novos profissionais, mas a adesão não está sendo bem sucedida, e que, por isso, tentará contratar via pessoa jurídica. “Quanto menos profissionais você tem, pior fica a qualidade de trabalho e isso afasta mais ainda o profissional de vir”, avaliou.