Câmara de gás – Laudo confirma asfixia com inflamação de vias aéreas

Câmara de gás – Laudo confirma asfixia com inflamação de vias aéreas

O Caso Genivaldo de Jesus Santos que foi morto dia 25 de maio, durante abordagem da PRF – Policia Rodoviária Federal, ainda não foi totalmente solucionado e ganhou um novo capítulo.

O Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) e o Instituto Médico Legal (IML) concluíram os laudos periciais sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38. A vítima morreu em maio deste ano durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Umbaúba. Genivaldo morreu após reação inflamatória intensa nas vias respiratórias.

O perito criminal Ricardo Leal, do IAPF, destacou que o laudo pericial de toxicologia nesta última semana. “Alguns exames e análises de toxicologia são mais céleres, por serem mais simples, outros, demoram mais pois precisam de uma técnica ou de metodologias específicas. As análises que deveriam ser realizadas foram concluídas no domingo e, a partir daí, o laudo pericial foi enviado à autoridade requisitante”, enfatizou.

Conforme Ricardo Leal, no caso do laudo toxicológico sobre a morte de Genivaldo, o IAPF utilizou uma técnica denominada de espectrometria. “E precisávamos de um gás específico para calibrar nosso equipamento, porém esse gás demorou muito para ser fornecido pela empresa. Então era um fator que não dependia do laboratório, para as condições que precisávamos, da pureza do gás e da pressão”, detalhou.

O perito do IAPF também informou que, após a entrega do material, em cerca de quatro dias, os profissionais trabalharam em laboratório para fazer a análise e a conclusão do laudo pericial. Conforme Ricardo Leal, no processo de análise e confecção do laudo pericial também foram verificadas situações de presença ou não de álcool no sangue ou de substâncias medicamentosas.

“Como todos os casos relacionados ao trânsito, embora não tenha sido acidente de trânsito, seguimos o que fazemos comumente. Verificamos se ele havia ingerido álcool, o que deu negativo. E investigamos o uso de drogas e medicamentos. Encontramos a quetiapina, medicamento utilizado no tratamento da esquizofrenia. Quantificamos e verificamos que a concentração é compatível com a terapêutica”, revelou.

De acordo com Ricardo Leal, a concentração da substância quetiapina encontrada no sangue de Genivaldo indicou que a vítima estava sob o efeito do medicamento. “No momento do fato, ele estava sob o efeito do medicamento. Ele não estava tendo um surto, pois estava medicado”, acrescentou.

Conforme o perito, os exames também verificaram se a vítima havia havia monóxido de carbono em grande quantidade no sangue. “Pois quando a bomba de gás lacrimogêneo quando é detonada forma alguns gases, entre eles o monóxido de carbono, que é tóxico e havia essa suspeita. Realizamos essa análise e verificamos que ele não foi intoxicado por monóxido da bomba de gás lacrimogêneo”, mencionou.

Mas, segundo Ricardo Leal, outros gases são formados. “Por exemplo, ácido clorídrico, que é isso que provoca a irritação das mucosas. E essa substância pode ser formada. Com esses resultados todos, concluímos o laudo pericial solicitado pelo IML”, acrescentou o perito do Instituto de Análises e Pesquisas Forenses.

O diretor do Instituto Médico Legal (IML), Victor Barros, explicou que o exame cadavérico já tinha atestado a asfixia mecânica. “Inicialmente, no exame cadavérico, nós já tínhamos a certeza de que Genivaldo faleceu em decorrência de um processo de asfixia mecânica, isso constatado com as alterações macroscópicas, verificadas a olho nu, analisando tecido o pulmão, das vias aéreas e da traqueia”, detalhou.

Em seguida, conforme Vitor Barros, foram encaminhadas as amostras do pulmão e das vias respiratórias para o laboratório de anatomopatologia. “Recebemos esse resultado, que indicou que Genivaldo apresentou uma reação inflamatória intensa nas vias aéreas, com predomínio nas vias respiratórias inferiores e, essa reação, gerou o fechamento da árvore respiratória da vítima, provocando a morte”, especificou.

Vitor Barros explicou também que o painel toxicológico encaminhado pelo IAPF identificou que a vítima não permaneceu reinalando monóxido de carbono. “Chegamos à conclusão que o óbito se deu logo no início do processo por uma reação inflamatória intensa, que gerou o fechamento da via aérea com predomínio da via aérea inferior, gerando a morte de Genivaldo”, concluiu Vitor Barros.

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